Por que precisamos falar sobre a sororidade entre mulheres negras

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  • Talitha Benjamin
 Sororidade entre mulheres pretas

O conceito de sororidade promove a irmandade e solidariedade entre mulheres. Ele é bastante propagado pelo feminismo e é fundamentado na empatia, no companheirismo e no acolhimento. Mas será que esse conceito também se aplica à mulheres negras?

Enquanto grupo social, as mulheres negras são historicamente preteridas, ou seja, rejeitadas, desprezadas. Dados do IBGE de 2010 apontam que 52,52% delas vivem em “celibato definitivo”, sem estar em uma união estável. No entanto, a questão vai muito além de estar ou não em um relacionamento.

Em sua obra Vivendo de Amor, a teórica e ativista social americana Bell Hooks reflete sobre as sequelas do sistema escravocrata e do racismo, no desenvolvimento afetivo das mulheres negras.

“A escravidão condicionou os negros a conter e reprimir muitos de seus sentimentos. O fato de terem testemunhado o abuso diário de seus companheiros – o trabalho pesado, as punições cruéis, a fome – fez com que se mostrassem solidários entre eles somente em situações de extrema necessidade”.

As necessidades emocionais das mulheres negras são diferentes das brancas. Há o grande peso da solidão, da necessidade de ser forte o tempo inteiro, e ainda por cima, da opressão racial que mina oportunidades e destrói a autoestima. Por essa razão, a conexão e a sororidade é tão importante entre elas.

A sororidade seletiva e como ela agride às mulheres negras

Quando falamos do conceito de sororidade – que na teoria é revolucionário e acolhedor com todas as mulheres – é importante destacar que ele, infelizmente, tem caído na banalidade por causa da popularidade do feminismo virtual. Esse acolhimento e empoderamento, que deveria se aplicar à todas, passa a acontecer de forma seletiva, quando mulheres acolhem apenas às suas iguais, quando convém, inclusive usando a sororidade para passar a mão na cabeça das que cometem erros.

O termo sororidade, então, passa a significar uma utopia, onde não há tentativa de se colocar no lugar da outra, acolher mulheres em condições de vulnerabilidade. Ao invés disso, é fechar os olhos para o racismo sofrido pelas mulheres negras e até mesmo humilhar as que são menos privilegiadas.

Por essa razão, muitos espaços feministas que se propõem a praticar a sororidade são espaços de maioria branca. Nesse contexto, não há espaço para discutir as dificuldades da mulher negra e, novamente, ela se encontra sozinha.

A união entre mulheres negras como forma de cura

Foi a partir da necessidade de se conectar com outras mulheres negras que Amanda Porto, Ana Beatriz Motta, Karina Queiroz, Beatriz Stefany, Tainá Lopes, Ingrid Reis, Andrea Mamel, Flávia Alves, Kenya Odara e Marcela Pereira deram início a uma plataforma dedicada à criar laços e produzir conteúdo para outras pretas: o siriricas.co.

Tudo começou em um grupo de mensagens criado por Amanda, que buscava discutir e compartilhar as acontecimentos de diversos âmbitos da vida à procura de acolhimento. A ideia evoluiu para um projeto que tinha o intuito de alcançar mais mulheres que sentiam a mesma necessidade de se conectar com quem divide vivências parecidas.

“O Siriricas é muito importante justamente pelo cuidado que temos umas com as outras, mesmo na hora de dar uma bronca. Nós não julgamos, procuramos ajudar, animar quem está para baixo, mostrar que aquela situação ruim vai passar”, conta Kenya, que é estudante de Direito, modelo e dançarina independente e encontrou no coletivo um espaço com mulheres que dividem os mesmos problemas que ela. “O jeito que a gente se entende é surreal, criamos uma sintonia incrível”.

O conteúdo produzido pelo siriricas.co vai desde reflexões sobre formas de se relacionar afetivamente até aconselhamentos e informações de saúde ginecológica para mulheres negras, um grupo que está na base da pirâmide de vulnerabilidade social. Há ainda indicações sobre filmes, livros e outras produções de conteúdo informativo, além de um podcast para discutir assuntos específicos sob a perspectiva do público alvo.

Andréa Mamel, uma das colaboradoras do coletivo, que também é mãe e produtora de moda e audiovisual, explica que o objetivo é proporcionar referências para as negras que acompanham o siriricas.co: “o coletivo significa transformação, informação e acolhimento. Nosso foco está na vivência da mulher negra no ambiente profissional e pessoal dela”.

Tudo isso colabora para uma maior conexão e reflexões sobre a condição social desse grupo em específico. Flávia Ferreira aponta o grupo – e o coletivo que se formou em seguida, como um dos principais agentes de mudança no último ano da sua vida: “aprendi muito sobre mim mesma, sobre o autoamor e o amor ao seu semelhante, e como ele é capaz de realmente te transformar”.

Tainá destaca a importância da conexão e a troca de vivências com outra mulher preta para o seu desenvolvimento pessoal e emocional: “eu passei a entender que ela é mais do que necessária. Por mais plurais que sejamos, temos um ponto de identificação dentro de diversas situações, e é bom poder ver que não estamos sós. É um aprendizado e tanto”.



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